Translate

terça-feira, 30 de setembro de 2014

Compasso



Ela afina o coração
No tempo do bumbo
Quase desanda
Desarmonia no mundo
Marcando Improvisa
Ela é bamba


Com passo lento
Sigo seu cheiro leve
Me convencendo a ser
Entre a pausa breve
Diminuto contento
Mas tão pouco tempo a saber


Sua inocência brinca de roda
Desdobra pelos ritmos
Calma e destoante
Meu pensamento errante
Não decifra seus signos


Não menos e mais quente
Em uma outra harmonia estrelada
Ouve-se um batuque sonoro
É meu pedido inglório
Ressoa dormente
Uma canção malacabada

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Constructo



Desimagina esse constructo


O que digo


De mim


Cada dia sou mais imperfeito


Por que me perco


Por mim é que me endireito


Feito fractal

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Filhos da Rua



Deixa eu te dizer
Que tudo é muito
É nada
Há tanto o que fazer
Palavras para dizer
Numa cena calada

Digo com o olhar
Sinceramente abstruso
Como é o fundo do mar
Sei, é de mim apelar
Ao seu eixo confuso

As brumas apagam minhas peripécias
O moinho distorce as paixões
Inside e surpreende
Amores e amoras nas mãos
Désir iminente
As cortinas do tempo continuam abertas

O Cronos tão cruel
Preencherá as frestas
Nos céus rios trasbordarão
Cair só pelas suas mãos
E definhar em presas modestas

Sobre viveremos à noite
Acharei seu cálice Apolínea
Beberemos num ápice
A virtude crua
Seremos os filhos da rua
E teremos a sombra da noite

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

O dia já foi


Meu trem passou
Tão veloz quanto deveria
Tudo que tinha levou
Deixou as dúvidas

Miro pelas frestas na carcaça de metal
Vejo luzes e mesmo que não pareça
São todas intermitentes
A essas horas já se foi a aurora
A escuridão nos cobre de luto
O dia já foi

Belos nomes se perdendo na noite
São vultos pelo caminho
Assustados e sozinhos
Gestando uma frustração
Desesperando por luz

Assim já estamos na viagem
Na linha luminosa do tempo
Sinceros em demasia
Monumentalmente parados
No crepúsculo

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Segredos


É o que me espanta
Essas pequenas dúvidas
Grandes explosões em galáxias distantes
Em nós uma calmaria que espanta
Pequenos segredos guardados
E luz
E luzes

Sim, há música e paradoxos
Mexas suaves e distintas
Uma brandura entrelinhas
Na sua fala e na minha

É o que me espanta
Pequena e cinzenta ventania
É o que me encanta
Tempestade cativa
No encontro das horas
Gastemos a vida

Imperfeito


Perfeição
A tarde chuvosa e o cheiro do café
Mistura leve melancólica
Dúvida ritual
Sorte do devir

Perfeição
O perfume que insiste em sua pele
Essência exala cor e cores
Presença preenche
E ressoa

É a negritude em seu olhar
Pesar em seus ombros
Que dissipa
Com a brisa morna
Adorna seu cabelo
A revoar


A perfeita ação
Meu coração bréga
Se ajeita se apega
Bombeia luz e sombra
Imperfeito demais

Insolúvel


Insolúvel
Na terra da confusão
Um sinal
Um sintoma
Sincrônico perfeito
Que brilha não só no peito
Inocente toma a mente
Em um breve presente
Suspensos
Sem ideias, canções ou mundo
Somente sintonia

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

In Sanidade

Entre outra palavra e uma
Forte sopra ventania
Cheiro da tempestade
E nela
Mal sabe ela
Epifania
Descobre suma in sanidade

Entre um devaneio e outro
Um sonho, riso e outro
A noite nas primeiras horas

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Lonjuras

Não me diga nada
Escorrego pela suas palavras
Sabe?
Luz pela íris
Nada que você cante
Nada que saia de ti
Nenhum sonho
Dor ou amor
Me escapa

É intermitente solar
Brilho Quasar
Me alimento desses fótons misturados
Há melanina em sua pele
É um crime as lonjuras estrelares
Tantas partículas ou ondas
Uma infinidade de espaço-tempo
Até seu sorriso
Não me diga nada

Sorri a sua tristeza fala
Muito mais há alegria
Flor essa alquimia
É sol lar da magia
Não me diga nada

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Pó de Lareira

Uma curva pequenina
No rosto desponta
Vai crescendo solta
Para o que é sua sina

A pressa desanda
Os pés de madeira
Pó de lareira
Que o vento espanta

E o rosto que vejo
Há luz na retina
A tez ilumina
Vida que vejo

E já revelado
A curva no rosto
Sorriso que posto
Me mata calado

domingo, 14 de setembro de 2014

Capitulos

A ver
Os capítulos chegam ao fim
Os inícios?
Quando os começos
Haver os recomeços
Queiramos dar partida
Criemos nossos risos
Não contê-los
De olhos abertos
Cuidemos de nós
Para que a ânsia
A busca
Obsessão pelo eu
Não deixe pelo caminho
Sonhos sozinhos
Pessoas feridas
Coisas sem vida
Haverá sempre ou quase
Um fim
Capítulos bons ou ruins
Mas os inícios
Esses são seus
Nossos e compartilhados
Sim
São nossos

Luas Negras

Preciso encarar de frente
A doçura de seu olhar
Impreciso
Mais precisamente sempre
O que capto é isso
O seu corpo e fala em tempestade
Defesa absoluta se...

Se não fosse o revelar
Da imprecisa monção
E salta Luas negras
Seu olhar compreende
Dentro da ventania
Beleza e mansidão

sábado, 13 de setembro de 2014

Buraco


O buraco é uma fresta
Ás vezes eu olho para ele e não vejo nada
Ás vezes não me interessa
Quase sempre nem o vejo

Oh! buraco chato
Sem cor e sem prazo
Sem alma e nem luz
Só existe pra ser tapado

Ás vezes é um buraco triste
Que me deixa incomodado
Ás vezes é um buraco raso
Que não da pra ver do outro lado

Eu acordo e ele está lá
Se dormir vou me dá boa noite
A vida passa e ele não some
A vida renuncia-me
O buraco sorri vitorioso