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domingo, 17 de maio de 2015

Teorema das Cordas



Sinto a probabilidade de lhe encontrar
Entre os acordes e cordas supersônicas
Sua consciência ou a minha imagem dela
Dispersa-se pela harmonia cantante
Não obstante esconde-se pelo espectro sonoro

Pouco provável é achar
Entre ondas tão altas
Há tensão humana
Realidade perversa e divina
Fugidia de mim mesmo

Quando teimoso te olho
Quase infinitos pontos acima de mim
Vejo o que pode ser a luz de estrelas
Galáxias ou supernovas, hipernovas
Viajando na curva celeste

Ou pode ser sua alma
Escapando pelos seus olhos
Me atraindo e capturando
Usurpando meu medo
Permitindo meu próprio canto

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Soma


um percalço sobre outro
constrói-se um valor
esse escapa solto
alçando acima de nós
outras vozes vivas

avolumando em pilares
ligas vívidas
pessoas simples
como palavras
que criam sentido
quando juntas

somos indivíduos indivisíveis
mas juntos
tornamo-nos valor
soma e multiplicação de valor
assim temos sentido

passo a passo
passamos livres
de nós mesmos
pois somos soma
somos o entre
e entre tantos
outros ainda
somos nós
amigos

sábado, 22 de novembro de 2014

Stardust


É
Ele se vestiu de pó
De poeira da estrada
Viu nas formas cubistas
Ângulos tão aerodinâmicos
E surtou!
Prismou!
E sua luz presa
Assim irradiou

domingo, 16 de novembro de 2014

Falta #2


O homenzinho de chapéu
Se orienta pela falta
A variância o desorienta
Não tem bússola
Não a entende
Ele avança
Pela reentrância nas faltas ditas
Nos relógios não ditos

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

O que temos


O que temos com a realidade
É efêmero
Inevitavelmente finito
A força das palavras se esvaem
Somos na dita palavra
Eternos passageiros
Até o amor nos foi tirado
Nunca mais será para sempre
Trocado pelo eterno enquanto dure
Efêmero
Para que sofrer pela dúvida
Se o mundo jaz no maligno
A certeza é providencial
Decidimos e pronto


Com tudo
Vez em conta
Esses desagregados da boa conduta
Nos dão um choque de transcendência
Surgem como paisagem côncava
Defletem nossa dor Newtoniana
O que resta é amálgama
Produto de cores inefáveis
A des(real)ização das verdades
Princípio criador
Art-Nouveau

sábado, 8 de novembro de 2014

Dharma


Claro presságio
Nada
Nem pensamento
Nem eu
Nem o Eu Sou
Preso na ausência
Consciência livre
Soma livre
Da vazia existência
Nem OM
Sem destruição
Nem criação
O inimaginável silêncio
Vácuo que só se conhece por palavras
Palavras vãs
Ligadas aos conceitos
Que iluminam
Feito lampião
Noite adentro
Floresta a fora

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Resposta


Resposta física é
Minha sobrancelha
Mesmo sem eu pedir
Levanta-se em reverência
Como se tua preferência
Buscasse olhar
Bem mais protegido
Um lugar
Profundo
Onde nem eu mesmo
Confuso
Em meu pensamento
Me atrevo a chegar